Elmord's Magic Valley

Computers, languages, and computer languages. Às vezes em Português, sometimes in English.

Posts com a tag: life

Da impossibilidade de se dizer tudo o que pensa

2012-07-22 03:39 -0300. Tags: about, privacy, life, em-portugues

Ocasionalmente certa pessoa vem me reclamar que eu tenho postado poucos posts não-técnicos. Como eu já comentei anteriormente, a tendência é isso continuar assim. Explico-me. O fato é que o blog hoje em dia recebe muito mais acessos do que no começo. Devido a algum fenômeno sobrenatural, provavelmente relacionado com o fato de ele estar hospedado debaixo do ufrgs.br, o blog tem um peso preocupantemente alto para o camarada Google. Para dar uma idéia, dois dias depois de eu escrever o post sobre o Busybox no Android já tinha gente caindo nele via Google procurando por informações de como instalar o Busybox e o Dropbear no Android. O ponto é que o blog tem uma visibilidade grande, e se por um lado isso é positivo (eu me sinto mais motivado a escrever os posts técnicos sabendo que eles poderão ser de fato úteis a quem possa estar procurando a informação), por outro lado isso significa que eu tenho que ter mais cuidado com o que eu posto por aqui (e certas experiências recentes serviram para me lembrar disso). Tudo o que nós dizemos nessa tal de Internet, seja em um blog, seja na sua rede social favorita, poderá ser usado contra você no tribunal. Isso inclui sua vida profissional e acadêmica. Isso também inclui familiares e conhecidos, e esse para mim é o ponto mais incômodo, na verdade. Já experimentou manter um diário? Você normalmente toma precauções para que ele não caia em mãos erradas. Pois bem, disponibilizá-lo via HTTP não vai contribuir para esse objetivo.

A conclusão disso tudo é que posts técnicos continuarão sendo a maioria. Pretendo continuar postando coisas não-técnicas por aqui, mas como a filtragem sobre elas de uns tempos para cá é maior, pode-se esperar uma freqüência menor delas. Também quero ver se posto mais coisas sobre lingüística por aqui.

Enfim. Com este, temos três post sobre o blog na front page do blog*. Vamos parar com esse negócio.

[* Embora o foco deste aqui não seja exatamente o blog, e sim a impossibilidade de se dizer tudo o que pensa. Whatever.]

[Edit: Isso aqui foi um midnight rant. Eu não sei com que freqüência eu vou postar qualquer coisa por aqui. Cansei de me explicar. Blargh.]

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Quer morar sozinho?

2012-06-03 03:14 -0300. Tags: life, home, worldly, em-portugues

Pois vou lhe dar algumas dicas baseadas na minha experiência.

Durante muito tempo eu pensei que valia mais a pena ficar morando com a família até ter condições econômicas suficientes para comprar uma casa ou apartamento, pois pagar aluguel parece um desperdício. Porém, uma hora eu concluí que:

  1. Nesse meio tempo minha vida está passando, e eu queria morar sozinho agora, não daqui a dez anos;
  2. Partindo de um ponto de vista otimista, daqui a dez anos é provável que eu esteja ganhando bem o suficiente para poder comprar uma casa de qualquer forma, e o gasto com aluguel antes disso é só um termo constante.

Sendo assim, me pareceu valer a pena alugar um brinquedo e cair fora.

Ao procurar uma casa para alugar, lembre-se:

Tendo uma idéia dos preços das coisas, pense bem se seus lucros mensais darão conta do gasto com aluguel, água, luz, comida, possivelmente telefone e Internet, produtos de limpeza e outros gastos eventuais. Se houver a possibilidade de angariar uns trocados mensais com familiares, aproveite a oportunidade. Lembre-se também de que, a menos que você encontre um imóvel mobiliado, você terá que conseguir móveis e outros aparatos domésticos (fogão, geladeira, balcão de pia, máquina de lavar, armários, cama, mesa, pratos, talheres, copos, panelas, chaleira, leiteira, etc.). Seus parentes provavelmente têm coisas velhas sobrando para lhe doar. Descubra o que você consegue, e contabilize o que você não consegue. Esse gasto é um overhead único, entretanto, e portanto não afetará (em princípio) seu poder dinheirativo de se sustentar todo mês.

Ao fechar negócio:

Com um pouco de treta e um pouco de paciência, você poderá desfrutar das maravilhas de ter um palácio só para si, livre de incomodações alheias, interrupções e outros infortúnios. Se eu lembrar de mais algum item, edito este post no futuro.

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Desexcelências da vida

2012-05-28 22:46 -0300. Tags: about, esperanto, life, mind, em-portugues

Normalmente eu posto no blog pensando que só quem vai ler são as cinco ou seis pessoas para quem eu contei que tenho um blog, e provavelmente nem todas elas. Eu esqueço que isso aqui é a teia de escala mundial, pública para toda a galáxia. Assim, fiquei bastante surpreso ontem ao encontrar uma pilha de comentários no meu post sobre as desexcelências do esperanto, continuação de um post anterior em que cito que o esperanto é uma língua bem-feita mas com alguns problemas, e em resposta a um comentário que me pediu para elaborar sobre o assunto. Sem o contexto do post original, o das desexcelências pode parecer crítica gratuita, e não me preocupei em dar muito contexto porque assumi que todo o mundo que fosse lê-lo teria lido o original.

Como de praxe, minha reação imediata à crítica foi sub-ótima: recebi críticas pessoais, e as respondi como críticas pessoais, embora a resposta certa esteja parcialmente contida no que eu disse. A resposta certa é que as "minhas" críticas não são minhas: o post se propõe a resumir as críticas mais comuns à língua, como dito no primeiro parágrafo, e ficaria surpreso se um esperantista de longa data nunca tivesse se deparado com as mesmas críticas antes. "Mas são críticas de iniciante", alguns me dizem. Sim, são, em especial a primeira e a segunda, mas o problema é justamente evitar que os iniciantes abandonem a língua diante dos problemas encontrados.

Provavelmente é ingênuo da minha parte achar que se a língua tivesse menos defeitos o coeficiente de adesão seria maior, como o James Piton mencionou. Mas acho que alguns dos defeitos atrapalham sim a divulgação; qualquer alvo de crítica a mais é um problema na hora de promover "uma língua que ninguém fala" como língua universal. ("Ninguém" é um bocado de gente, como alguns comentaram.) De qualquer forma, o esperanto é a melhor solução que temos no momento, e as vantagens de criar outra língua "mais perfeita" provavelmente não compensam a perda da base de falantes, da literatura e da fama o esperanto tem.

Alguns dos comentários foram menos amigáveis. Acho que todo o mundo tinha que ter uma cópia disso aqui emoldurada em uma parede próxima ao computador para olhar antes de postar alguma coisa. No final das contas acho que uma das coisas que mais me incomodou foram os comentários que sugeriram que eu não soubesse o que é o acusativo; eu tenho que atirar pela janela um pouco da minha arrogância (que eu tenho mais do que talvez aparente, e mais do que eu mesmo tenho consciência a maior parte do tempo). Por outro lado, fica o lembrete de tomar cuidado na hora de assumir coisas sobre as outras pessoas, e de negar crítica alegando ignorância de quem critica.

Finalmente, essa história toda serviu para me lembrar que isso aqui é público, e que eu tenho que tomar mais cuidado com o que eu posto.

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A story of failure

2012-04-29 19:27 -0300. Tags: life, pointless, em-portugues

Acordo, tomo café. Em um estado semi-consciente, a voz que me lembra dos meus afazeres quase tarde demais me informa:

"Os créditos do 3G vencem hoje."

Olho o relógio: são seis da tarde. É domingo. Terei que ir ao mercado a quinze minutos de casa. Está chovendo. Vou aproveitar para comprar molho, penso eu. E massa. E chocolate, talvez.

Coloco uma nota de dinheiro no bolso, visto um casaco, pego um guarda-chuva, saio de casa. Caminho quinze minutos pelas rochosas colinas de Svartálfheimr.

Chego. Me dirijo à prateleira com sachês de molho: não tem o que eu quero. Contemplo a prateleira de uma distância maior, em toda sua glória, por mais alguns instantes. Realmente não tem. Não vou levar molho, penso eu. Não vou levar nada.

Saio da área das prateleiras, e me dirijo à lojinha da Tim que fica em uma galeria escondida dentro do mercado. Está fechada. Me dirijo ao caixa automático. Tem gente na fila. Enquanto isso eu me pergunto se tem como fazer recarga pelo caixa, e se ela vai ser efetuada no mesmo dia. Concluo que não. Abandono a fila, me lembro da existência de uma lojinha de porcarias na parte da frente do mercado que faz recargas. Fechada. Vou embora.

Saio na rua. Escuro, chuva. Ainda estou semi-dormindo. Saio andando no caminho para casa, olhando em volta para ver se encontro algum lugar aberto que faça recarga. Atravesso a rua. Olho para trás. Há uma locadora aberta. Não há qualquer indício de que façam recarga ali, mas também não há indício de que não façam. Contemplo a locadora do outro lado da rua.

"Vocês fazem recarga de Tim?", medito sobre o diálogo. Procedimento padrão.

"Qual o número?", me responde o atendente idealizado.

Não sei o número de cabeça. Tenho ele anotado no celular. Não trouxe o celular.

Contemplo a locadora. Contemplo o escuro.

Melhor passar o resto da noite debaixo das cobertas.

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It's over

2012-04-17 01:07 -0300. Tags: life, mind, em-portugues

It never began.

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Static typed life

2012-03-31 23:47 -0300. Tags: life, mind, em-portugues

If your programs are all well-typed, if you follow the simple rules, you will never go wrong. But there is a lot of interesting programs that can't be proven not to go wrong; they might, but you cannot tell if you don't try them out, and your type system is rejecting them up front. Perhaps you are missing them out.

Perhaps.

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Insanity

2012-03-17 04:55 -0300. Tags: life, mind, em-portugues

Acho que passei tão mais tempo sonhando do que vivendo nos últimos anos, que é como se nada fosse de verdade.

Vou dormir, pra ver se acordo.

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Inescapable

2012-02-28 03:36 -0300. Tags: life, mind, em-portugues

Shevek went on reading the papers. He read that he was a towering giant of a man, that he was unshaven and possessed a 'mane,' whatever that was, of greying hair, that he was thirty-seven, forty-three-and fifty-six; that he had written a great work of physics called (the spelling depended on the paper) Principals of Simultaneity or Principles of Simiultany, that he was a goodwill ambassador from the Odonian government, that he was a vegetarian, and that, like all Anarresti, he did not drink. At this he broke down and laughed till his ribs hurt. "By damn, they do have imagination! Do they think we live on water vapor, like the rockmoss?"

"They mean you don't drink alcoholic liquors," said Pae, also laughing. "The one thing everybody knows about Odonians, I suppose, is that you don't drink alcohol. Is it true, by the way?"

"Some people distill alcohol from fermented holum root, for drinking. They say it gives the unconscious free play, like brainwave training. Most people prefer that, it's very easy and doesn't cause a disease. Is that common here?"

"Drinking is. I don't know about this disease. What's it called?"

"Alcoholism, I think."

"Oh, I see… But what do working people do on Anarres for a bit of jollity, to escape the woes of the world together for a night?"

Shevek looked blank. "Well, we… I don't know. Perhaps our woes are inescapable?"

— Ursula Le Guin, The Dispossessed

Acho que agora entendo por que as pessoas bebem.

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Inconsciente

2012-02-24 19:29 -0200. Tags: life, mind, em-portugues

Hoje dormi pesado, ao contrário do que vinha ocorrendo nos últimos dias devido à falta de cortinas que impedissem a entrada da luz dos postes e do sol pelas janelas da casa nova. Continuo sem cortinas, mas dormi pesado mesmo assim. Sonhei. Sonhos perturbados, sonhos de louco. Como quase sempre acontece nas raras vezes em que sonho. Nessas ocasiões eu percebo como o meu inconsciente está cheio de coisas que idealmente não deveriam estar lá. Preocupações com a sociedade. Preocupações comigo mesmo. Coisas que nem sei de onde saíram. Coisas que já deviam ter morrido de timeout há muito tempo, mas que continuam lá. Mil coisas.

Acho que preciso de férias... oh, well.

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