A flor é doce e ferrenha;
Dorme sobre a terra.
Quando foi a minha vez eu fiz errado
Nunca foi minha vez
Toda vez
Nenhuma vez
Em vez
Em vez de nada
Em vez de coisa nenhuma
A cigarra canta
A bateria toca
Os sândalos giram
Os vândalos piram
A verdadeira face
Sempre perdida
– perdida! –
Se mostra, sem pudor
Sem medo
Sem glória
Sem a menor importância
Sob o som do alaúde
– que virtude! –
Sobre o som da amargura
– que paúra! –
Sobre a vida e a morte
Se mostra, e se vai.
É a plantinha miserável
O broto indizível
Irrisório
Invisível
Compulsório
Irascível
Levado pelo berro do lobo
Tragado no consolo do belo
Pensado na cabeça do moço
A fuga de tudo o que é saudável e próprio
O abraço mortal da Catarina
A dança alucinatória da menina
Nada, nada é de propósito
Foi só o acaso do intento
O vento que embala a centelha
Vermelha, contida, perversa
Dispersa, sofrida, finita.
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Godoy Cruz, 2013-10-26 19:27:33 +0000 #
Precisamente desta maneira, mais ou menos, só que não